Uso de terapia hormonal pós-menopausa e risco da doença de Alzheimer na Finlândia: estudo de caso-controle nacional - British Medical Journal - 2019

Savolainen-Peltonen H, Rahkola-Soisalo P, Hoti F, Vattulainen P, Gissler M, Ylikorkala O, Mikkola TS. Use of postmenopausal hormone therapy and risk of Alzheimer's disease in Finland: nationwide case-control study. BMJ 2019;364:l665. Disponível em: https://www.bmj.com/content/bmj/364/bmj.l665.full.pdf

RESUMO

Objetivo: Comparar o uso de terapia de reposição hormonal entre mulheres pós-menopáusicas finlandesas com e sem diagnóstico para a doença de Alzheimer.

Desenho do estudo: Estudo de caso-controle nacional.

População estudada: Todas as mulheres pós-menopáusicas (n = 84.739) da Finlândia que, entre 1999 e 2013, receberam um diagnóstico de doença de Alzheimer de um neurologista ou geriatra, e que foram identificados a partir de um registro nacional de medicamentos.

Resultados: Em 83.688 (98,8%) mulheres, o diagnóstico de doença de Alzheimer foi feito com a idade de 60 anos ou mais, e 47.239 (55,7%) mulheres tinham mais de 80 anos de idade no momento do diagnóstico. O uso de terapia de reposição hormonal sistêmica foi associado a um aumento de 9-17% no risco de doença de Alzheimer. O risco da doença não diferiu significativamente entre usuárias exclusivas de estrogênio (estradiol) em relação aquelas usuárias de estrogênio-progestagênio. O risco aumentado em usuários de terapia estrogênio-progestagênio não foram relacionados ao tipo de progestagênio utilizado; nas mulheres com menos de 60 anos ao início da terapia hormonal, estes aumentos de risco foram associados com exposição terapêutica pelo período de 10 anos.  Além disso, a idade de início da terapia hormonal sistêmica não foi determinante para o aumento do risco da doença de Alzheimer. O uso exclusivo de estrogênio vaginal não afetou o risco da doença.

Conclusões: O uso prolongado de terapia hormonal sistêmica pode estar acompanhado a um aumento do risco absoluto de doença de Alzheimer, que não está relacionado com o tipo de progestagênio ou a idade do início do tratamento. Em contraste, o uso de estrogênio vaginal não mostrou esse risco. Mesmo que o aumento do risco absoluto para a doença de Alzheimer seja pequeno, esses dados devem ser acrescentados à informação ministrada para as usuárias de terapia hormonal.