HOMEOPATIA:
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Interesse Geral 

Evidências científicas da teoria homeopática das vacinoses - Informativo APH 

Evidências científicas da teoria homeopática das vacinoses - Informativo APH

Teixeira MZ. Evidências científicas da teoria homeopática das vacinoses. Informativo APH 2003;15(87): 16.

 

A Homeopatia, com seu modelo fundamentado na observação minuciosa dos sintomas individuais (totalidade sintomática), seja no estudo das propriedades curativas dos medicamentos (experimentação no indivíduo sadio), na aplicação do método curativo (princípio da similitude), ou na avaliação do tratamento e acompanhamento dos pacientes (prognósticos homeopáticos), busca compreender a individualidade enferma de uma forma global e dinâmica, notando perturbações orgânicas que passam despercebidas pelo observador menos atento.

Em vista disso, desde os primórdios da Homeopatia, são inúmeros os relatos de médicos homeopatas que observaram em sua prática clínica o surgimento ou o recrudescimento de doenças crônicas após o tratamento inadequado de doenças agudas, seja pelo emprego de doses fortes de medicamentos heróicos, pela aplicação de pomadas ou unguentos que visam suprimir sintomas locais e externos, no uso indiscriminado de medicamentos alopáticos, etc. Para Samuel Hahnemann, esses incidentes são fruto de um desequilíbrio da reação vital do organismo, promovido pelos diversos estímulos nocivos.

James Compton Burnett, médico homeopata inglês, ao final do século XIX levanta a teoria das vacinoses (vaccinosis), alertando para o surgimento de manifestações crônicas após a vacinação da varíola. Empregando uma terminologia distinta, expoentes da escola homeopática francesa (Henri Bernard) denominaram este desequilíbrio da força vital pelo termo reticuloendoteliose crônica, atribuindo o surgimento de doenças crônicas à reação anormal do Sistema Reticuloendotelial (SRE) às agressões externas. Alimentando uma polêmica com o meio médico hegemônico, que perdura até os dias de hoje, são frequentes as referências sobre o surgimento de doenças alérgicas e crônicas em crianças após vacinações, por médicos homeopatas de todas as épocas.

No estudo da Patologia Experimental, Walter Edgar Maffei relaciona o surgimento de doenças crônicas à reação alterada ou modificada do SRE aos antígenos, fruto do desequilíbrio entre os fenômenos de imunidade e alergia do organismo, situando na 'metalergia' e na 'paralergia' os incidentes secundários a estímulos medicamentosos e vacinais, respectivamente.

Segundo a Hipótese Higiênica (Hygiene Hypothesis), que utiliza fundamentos da Alergia e da Imunologia modernas para explicar, nas últimas décadas, o aumento expressivo de doenças alérgicas e crônicas em países desenvolvidos, encontramos evidências científicas que fundamentam as ocorrências citadas pelos homeopatas, situando a causa de tal fenômeno no desbalanço da resposta imunológica linfocitária (entre subpopulações de linfócitos Th1 e Th2), secundário ao impedimento do contato e da manifestação de doenças infecciosas na infância.

Essa teoria justifica através do desbalanço da resposta linfocítica Th1/Th2 o aumento de doenças crônicas e alérgicas em sociedades desenvolvidas, nas quais o estilo de vida ocidental, caracterizado pelo excesso de higiene, isolamento social, antibioticoterapia e vacinações, limita o contato das crianças com patógenos diversos e impede a manifestação de doenças infecciosas agudas na primeira infância, inibindo a ativação de subpopulações de linfócitos Th1 e favorecendo a ativação de subpopulações Th2, predominantes nesta fase da vida e responsáveis pelas manifestações alérgicas e crônicas.

Os possíveis mecanismos envolvidos na imunomodulação infecção-induzida relacionam-se às duas subpopulações de linfócitos T helper, Th1 e Th2, que se autoregulam por inibição recíproca. Células Th1, produtoras de IFN-g, IL-2 e TNF-b, evocam a resposta imune celular e a inflamação dependente de fagócitos, além de inibirem a resposta Th2. Células Th2, produtoras de GM-CSF, IL-4, IL-5, IL-6, IL-9, IL-10 e IL-13, evocam intensas respostas humorais (incluindo aquelas da classe IgE) e eosinofílicas, mas inibem as importantes funções das células fagocíticas. Fatores genéticos e ambientais atuam na polarização das subpopulações Th1 e Th2.

Mal interpretadas por médicos homeopatas e não-homeopatas, que restringem a análise de um fato real aos interesses exclusivamente pessoais, essas observações seculares são vistas como uma regra geral, que sempre se cumprirá, em todos os casos e com todas as pessoas, por uma parte dos homeopatas, os quais se esquecem da forma idiossincrásica de cada organismo reagir, que tanto apregoam.

Por outro lado, uma parcela dos não-homeopatas ignora as evidências que a prática clínica lhes mostra, desacreditando nos riscos potenciais de certas práticas terapêuticas, citados e descritos numa infinidade de trabalhos científicos, promotoras de doenças iatrogênicas com um caráter de 'epidemias crônicas mundiais'.

Com essa pesquisa, publicada na última edição do periódico britânico Homeopathy (2002), antigo British Homeopathic Journal, visamos fundamentar as observações seculares dos médicos homeopatas em estudos científicos modernos, buscando um denominador comum para um assunto que inflama os ânimos da classe médica em geral.

 

Referências Bibliográficas

Teixeira MZ. Is there scientific evidence that suppression of acute diseases in childhood induce chronic diseases in the future? Homeopathy 2002; 91: 207-216.

Teixeira MZ. Fundamentação imunológica da teoria homeopática das vacinoses. Revista de Homeopatia (APH) 2003; 68 (1-2). Disponível em

Teixeira MZ. The hygiene hypothesis revisited. Homeopathy 2005; 94(4): 98-104.

 



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